Greve

Funcionários dos Correios entram em greve por tempo indeterminado

A categoria quer um reajuste de 3,43%, a manutenção de benefícios e são contra a privatização

Matéria atualizada às 15h55 com novas informações

Os trabalhadores dos Correios de todo o país entraram em greve nesta quarta-feira (11) por tempo indeterminado. De acordo com a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresa de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect), a direção da empresa pública teria se recusado a negociar um novo Acordo Coletivo. A categoria reivindica reajuste salarial pela inflação, de 3,43%, e a manutenção de benefícios, como ter os pais como dependentes no plano de saúde e coparticipação de 30%; continuidade de percentual de férias em 70% e vales alimentação e refeição. Além disso, os trabalhadores são contra a privatização dos Correios, medida defendida pelo governo de presidente Jair Bolsonaro (PSL).

Ainda conforme a federação, mesmo com a mediação do TST, a empresa não recebe os representantes dos trabalhadores há mais de 40 dias para negociar. A Fentect e a Findect dizem acreditar que só a mobilização dos servidores pode garantir uma negociação justa que represente os anseios da categoria. Eles adiantam que os 36 sindicatos de trabalhadores dos Correios aderiram à greve.

Contraponto
Em nota, a ECT sinaliza para uma paralisação parcial. No documento, a estatal garante que participu de dez encontros na mesa de negociação com os representantes dos trabalhadores, quando foi apresentada a real situação econômica da estatal e propostas para o Acordo dentro das condições possíveis, considerando o prejuízo acumulado na ordem de R$ 3 bilhões. Mas as federações, no entanto, expuseram propostas que superam até mesmo o faturamento anual da empresa, algo insustentável para o projeto de reequilíbrio financeiro em curso pela empresa.

No momento, o principal compromisso da direção dos Correios é conferir à sociedade uma empresa sustentável. Por isso, a estatal conta com os empregados no trabalho de recuperação financeira da empresa e no atendimento à população.

Acordo coletivo
O processo de negociação do Acordo Coletivo 2019/2020 está no Tribunal Superior do Trabalho. Na semana passada, após várias tentativas de compatibilizar os interesses dos empregados e empregadores, o vice-presidente do Tribunal Superior do Trabalho, ministro Renato de Lacerda Paiva, decretou a extinção do procedimento de mediação e conciliação pré-processual entre a empresa e as entidades que representam os empregados. Segundo a assessoria do tribunal, a direção dos Correios foi a única a não aceitar a proposta de prorrogar o acordo coletivo de trabalho para que fosse dado prosseguimento à negociação de novo instrumento coletivo. Ainda segundo a assessoria do tribunal, “a continuidade da mediação evitaria a greve da categoria, marcada para o dia 10/9”.

Em assembleia realizada ontem à noite, em São Paulo, o vice-presidente da Findect, Elias Cesário de Brito Júnior, afirmou que a categoria foi “empurrada” para a greve. “Não queríamos entrar em greve. Queríamos continuar trabalhando como sempre fizemos, servindo à população e defendendo nossos empregos. Há mais de três meses que estamos negociando, colocando a pauta de reivindicações [tirada] em nível nacional. Teve que o TST intervir”, discursou Júnior, lembrando que, além de tentar impedir a privatização dos Correios, a categoria reivindica a prorrogação do acordo coletivo que venceu em 31 de julho; a reposição das perdas inflacionárias dos últimos anos e a manutenção do vale-alimentação e do plano de saúde.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Acumulado de chuva está quase na média do mês em Pelotas Anterior

Acumulado de chuva está quase na média do mês em Pelotas

Espera próxima do fim Próximo

Espera próxima do fim

Deixe seu comentário